Este estudo apresenta um método de projeção populacional capaz de estimar, para o Brasil, a oferta de mão de obra qualificada com nível superior de escolaridade em áreas específicas do conhecimento. Para tanto, emprega-se uma metodologia que utiliza um conjunto de bases de dados públicos (SIM/Datasus, Censo Demográfico, Censo da Educação Superior e PNADs). Ao combinar a equação compensadora com um modelo simplificado das entradas e saídas no mercado de trabalho, a metodologia proposta permite calcular a projeção ano a ano com resultados desagregados por sexo e grupos quinquenais de idade. O estudo apresenta também os resultados da aplicação dessa metodologia na simulação de cenários sobre a disponibilidade de profissionais com formação em cursos de engenharia, produção e construção, no mercado de trabalho brasileiro até 2020. Os cenários se diferenciam em função dos possíveis ritmos de expansão a serem observados no número de ingressantes e concluintes em cursos de ensino superior nessas áreas. Caso as tendências recentes se concretizarem, o mercado de trabalho brasileiro poderá contar, em 2020, com um estoque entre 1,9 e 2,3 milhões de pessoas formadas em engenharias por instituições brasileiras de ensino superior. Os resultados apontam ainda que serão observadas duas alterações relevantes - a feminização e o rejuvenescimento da força de trabalho com diploma nas áreas de engenharia.