No Brasil, o termo cidade-dormitório costuma ser utilizado com uma carga pejorativa para os municípios que apresentam baixo nível de desenvolvimento econômico e social, precárias condições de assentamento e de vida para sua população e nítida dependência econômica de um polo regional. O objetivo geral deste artigo é problematizar o termo cidade-dormitório e os contextos envolvidos em sua utilização, na tentativa de desmistificar o seu uso generalizado no país. Do ponto de vista teórico, realizou-se uma revisão da literatura internacional e nacional buscando compreender alguns pontos de convergência sobre o termo, bem como a discussão em torno da noção de estigmatização e estigma territorial. A partir de uma análise dos dados censitários e de alguns exemplos de pesquisa, buscou-se uma abordagem que permita repensar a dimensão de morar em uma cidade-dormitório e suas repercussões nas interações espaciais em áreas urbanizadas no Brasil.